Minha
mãe relata que ajudava na Igreja do Auto da Conceição, onde era da Pia União
das filhas de Maria, no tempo de Frei Henrique distribuía o pão de Santo Antônio , sempre nas terças que não estivesse trabalhando. Frei
Henrique, nos apelidava com nomes singelos, eu era nossa devota, tinha a
imaculada, e outros apelidos semelhantes. Ajudei também carregando areia do
rio, como, muitas pessoas para a conclusão de alguns serviços da Igreja, sempre
que podia, frei Henrique era o primeiro a levar uma lata de areia no ombro. “De
1959 a 1961 Frei Henrique Brocker, que em trabalho de mutirão (crianças,
jovens, adultos e idosos),carregando nos ombros ou na cabeça areia, pedra,
tijolo, cal, água e etc, realizou uma reforma da Igreja Matriz que compreendeu:
serviço de reboco em todas as paredes da Igreja, concluiu a construção dos três
altares ( Altar-Mor e os dois altares laterais) e colocou quatro vitrais com
pinturas.(...) Na gestão de Frei Henrique não eram realizados os festejos
populares.(...) A fonte de renda para os trabalhos da Igreja Matriz. era, além
de outras, uma constante peregrinação
com a Imagem de Nossa Senhora da Conceição, em residências...”(Oliveira,pag 32
e 33, 2011) Às
doze horas, minha mãe fala que estava
presente no oficio de nossa Senhora. (Inês) ou Neusa prima de minha mãe, ajudava auxiliando minha
mãe na distribuição do pão de Santo Antônio, era
muita necessidade naquele tempo. Minha mãe agradece a
dona do café vitória por ter me atendido e
colaborado com o café em pó para ajudar no pão de Santo Antônio e para os mantimentos dos pobres, este
agradecimento se estende ao dono da Padaria Progresso, da família Belo por ter
confiado em minha mãe(a sobrinha de seu Raimundo, como ele chamava) quando certo dia
quando mãe não pode ausentar-se e faltou pão ela mandou Neusa dizer a sue
Zeca que madnasse uma certa quantidade de pão para não faltar os pães dos
pobres, imediatamente quando terminou a distribuição mãe foi pagar. Não podemos
deixar de agradecer ao comercio de
Mossoró pelas esmolas que eles davam ao frei Henrrique e a nós para ajudar aquela inúmera população
carente daqueles arredores.
Frei
Canísio que era médico fazia e passava remédio para aquela multidão de
carentes, e assim íamos fazendo a nossa parte.
Eu de minha parte sempre que podia verificava
a pressão de um, se o médico passava o
remédio eu aplicava sem cobrar nada, não
auxiliava frei Anísio ele já tinha que o
auxiliava, estes procedimentos de enfermagem fazia geralmente na doze anos(meu
bairro), no Alto da Conceição era mais
auxiliando frei Henrique.
Em
maio de 1958, fez um curso de
datilografia, uma das colega de classe
era Eliane filha de dr Dinef. Resolveu criar um porco para pagar o certificado, pois o curso Toinha Rego pagava.
Neste ano de 58, foi quando dona Cinhazinha faleceu.
Ela morava agora na casa de Vovó Cecilia,
passava parte do tempo dela no Pavilhão,
na casa de madrinha Anália, no Remanso (Fazendinha de Alcides Belo, no Alto da
Conceiçao), a casa de tio Mundinho, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, e
por um tempo fui lavar a roupa do bebê( Leonardo ), que hoje é o deputado
Leonardo, marido da prefeita Fafa Rosado.
Era também da era da associação Luísa de Marilac, visitava e tomava de conta de
uma idosa no Abrigo Amantino Câmara, mundinha tomava de conta de um idoso. Eu
ia com Mundinha que era “Filha de Maria”, comigo. Meu ritmo de vida era esse, e
morava em muitos lugares.
Um
dia quando estava na casa de vovó Cecilia, ela
foi para a Novena de Santa Luzia,
fui eu, Ducilda (minha prima),Inácia(a vizinha filha de madrinha Dinha) e
Lourdinha ou Marilia(seu Luiz Ferreira).Antes de começar a novena fomos tomar
um sorvete, na Sorveteria Oasis. Lourdinha de Chiquinho ainda hoje comenta este
fato. Em outro dia que ela só tinha plantão a noite, foi ver a chegada de Caubi
Peixoto ( o cantor),quando terminou as tarefas Ducilda já tinha saído com as
Mirandas, não esperou por ela então ela
foi só, com pouco tempo de caminhada o carro de Laurinho Monte passou por ela, ele juntamente com dona Zelhinha
disseram que ela fosse com eles e que ao chegar lá juntasse a um grupo
de jovens que estavam fazendo um túnel de flores para recepcionar Caubi e assim
foi, quando terminou lá no Aeroporto eles vieram deixa-la em casa, ela não foi para a festa
pois tinha que se preparar para o Plantão a noite.
Minha mãe falou que certa vez quando estava de
férias, das poucas vezes que tirou férias, foi para o sertão visitar o povo
dela, primeiro chegou na casa de Tia Etelvina(filha de Madrinha Paula, que
criou a mãe dela),de lá ela foi para a casa de padrinho Raimundo, quando chegou
lá era um tempo de seca tão grande, ela via os pobres dos homens, pais de
família. trabalhando tão magros, mas Padrinho Raimundo dizia que eles eram
felizes que tinham arrumado trabalhos, Padrinho Raimundo era encarregado do Pagamento,
muitos estavam devendo tanto que o que levavam não dava pra nada, mãe com
aquele coração dela, repartiu pediu a padrinho Raimundo para ele distribuir o
dinheiro que ela trazia com eles e veio para casa só com o dinheiro da
passagem.
Hoje
minha mãe comenta: “ quando vejo rio Mossoró deste jeito, lamento muito, pois
me lembro da beleza que ele era, a casa de tio Mundinho ficava próximo ao rio,
íamos tomar banho, sentindo o cheiro do rio e das verduras que os verdureiros
plantavam as margens do mesmo.
Apesar do muito trabalho e ritmo acelerado ela
diz que era feliz, pois tinha muita
saúde”.
Certo dia
ela conheceu Edson o homem que
viria ser meu marido, ele veio morar na nossa rua. Ela casou já não era tão
jovem, mas podia ter esperado mais, só se casou porque queria ter meus filhos,
queria que eles tivessem pai pois jamais ela quis ser mãe solteira, pois uma
coisa que ela sempre preservou foi a integridade.
Tia
Cecilia morreu em 1966 mais especificamente em 30 de dezembro de 1966, um dia
de sexta feira, e vovô Pedro Nunes ,mais
tarde, mas até o último instante da vida deles eu nunca os deixei, para isso
morava enfrente e a toda hora que eles precisavam estava lá, enquanto eles
existiram eu deixei uma caderneta para eles comprarem o que precisasse. Taninha
já havia morrido e Zé Nunes também.
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