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domingo, 27 de abril de 2014

MARIA DE LOURDES ALBUQUERQUE ARAÚJO

DONA MARIA DE LOURDES, natural de Caraúbas-RN, nascida no dia 1º de novembro de 1928, filha de RAIMUNDO NONATO DE ALBUQUERQUE(falecido em 1952) e de FRANCISCA LIBÂNIA VIANA (falecida em 1946). Casou-se em Mossoró-RN,  no  Religioso em 23 de outubro de 1963 e no Civil, no 4º Cartório Judiciário de Mossoró, no  dia 11 de janeiro de 1964, com EDSON NUNES DE ARAÚJO, natural de Itaú-RN, nascido em 19 de março de 1942  e falecido em 13 de agosto de 1976, filho de VICENTE BARRA DE ARAÚJO (falecido em 1945)   e de CUSTÓDIA ALEXANDRE NUNES (falecida em 1945), funcionária pública federal aposentada. Mãe de dois filhos: JOSÉ EDOSN DE ALBUQUERQUE, natural de Mossoró-RN, nascido em 13 de novembro de 1971, casado com FRANCISCA GOMES TORRES FILHA, conhecida popularmente por FRANCINEIDE, natural de Apodi-Rn, nascida em 20 de dezembro de 1969, filha de ANTONIO JARDIM TORRES, natural de Itaú-RN, nascido em 8 de janeiro de 1924 e falecido em 10 de outubro de 1989; e de  FRANCISCA GOMES TORRES, conhecida por Dona TOTA, natural de Apodi-RN, nascida em 7 de fevereiro de 1939 e falecida em 9 de julho de 2005, com uma filha ANNIE LÍVIA TORRES DE ALBUQUERQUE ARAÚJO, natural de Mossoró-RN, nascida em 13 de setembro de 1997 e batizada no dia 27 de novembro de 1998; e  eu MARIA LUZIA ALBUQUERQUE DE ARAÚJO, natural de Mossoró-RN, nascida em 13 de dezembro de 1967.

EDSON NUNES DE ARAÚJO - ESPOSO DE DONA MARIA DE LOURDES

EDSON NUNES DE ARAÚJO, natural de Itaú-RN, nascido em 19 de março de 1942  e falecido em 13 de agosto de 1976, filho de VICENTE BARRA DE ARAÚJO (falecido em 1945)   e de CUSTÓDIA ALEXANDRE NUNES (falecida em 1945). Patrono de rua na cidade de Mossoró

JOSÉ EDSON DE ALBUQUERQUE - FILHO DE DONA MARIA DE LOURDES

Natural de Mossoró-RN, nascido em 13 de novembro de 1971,  professor, casado com FRANCISCA GOMES TORRES FILHA

FRANCISCA GOMES TORRES FILHA - NORA DE DONA MARIA DE LOURDES

 Conhecida popularmente por FRANCINEIDE, natural de Apodi-Rn, nascida em 20 de dezembro de 1969, filha de ANTONIO JARDIM TORRES, natural de Itaú-RN, nascido em 8 de janeiro de 1924 e falecido em 10 de outubro de 1989; e de  FRANCISCA GOMES TORRES, conhecida por Dona TOTA, natural de Apodi-RN, nascida em 7 de fevereiro de 1939 e falecida em 9 de julho de 2005, professora do IFRN, Campus de Mossoró

quinta-feira, 24 de abril de 2014

ANNIE LÍVIA TORRES DE ALBUQUERQUE ARAÚJO - NETA DE DONA LOURDES

NATURAL DE MOSSORÓ-RN, NASCIDA EM 13 DE SETEMBRO DE 1997 E BATIZADA EM 27 DE NOVEMBRO DE 1998

MARIA LUZIA ALBUQUERQUE DE ARAÚJO - FILHA

NATURAL DE MOSSORÓ-RN, NASCIDA NO DIA 13 DE DEZEMBRO DE 1967, FILHA DE EDSON NUNES DE ARAÚJO, NATURAL DE ITAÚ-RN, NASCIDO EM 19 DE MARÇO DE 1942  E FALECIDO EM 13 DE AGOSTO DE 1976, FILHO DE VICENTE BARRA DE ARAÚJO (FALECIDO EM 1945)   E DE CUSTÓDIA ALEXANDRE NUNES (FALECIDA EM 1945); E DE  MARIA DE LOURDES ALBUQUERQUE ARAÚJO, NATURAL DE CARAÚBAS-RN, NASCIDA NO DIA 1º DE NOVEMBRO DE 1928, FILHA DE RAIMUNDO NONATO DE ALBUQUERQUE, NATURAL DE CARAÚBAS, NASCIDO A 7 DE DEZEMBRO DE 1907 E FALECEU EM SUA TERRA NATAL EM 1952:  E DE FRANCISCA LIBÂNIA VIANA (FALECIDA EM 1946).COMECOU SEUS ESTUDOS NO EDUCANDÁRIO PRESIDENTE KENNEDY, CONCLUIU O ENSINO FUNDAMENTL NA ESCOLA MOREIRA DIAS; O ENSINO MÉDIO NO EDUCANDÁRIO JERÔNIMO ROSDO. LICENIADA EM PEDAGOGIA NA UERN-UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE, CAMPUS CENTRAL GOVERNADOR CORTEZ PEREIRA, MOSSORÓ-RN, COM ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO NA UERN.
ÁLBUM DE FOTOGRAFIA DE DONA MARIA DE LOURDES, CONTENDO VÁRIAS FOTOS, CONFIRA:

RESIDÊNCIA DE DONA LOURDES

RUA FELIPE CAMARÃO, Nº 1063, BAIRRO 12 ANOS, MOSSORÓ-RN

CASA DE ZÉ EDSON

RUA FELIPE CAMARÃO, Nº 1065, NO BAIRRO BOA VISTA - MOSSORÓ-RN

CASA 2

RUA LUIZ GONZAGA FERREIRA, BAIRRO BOA VISTA, ALUGADA A JOTA MARIA E KELLY CRISTINA

CASA 1

RUA LUIZ GONZAGA FERREIRA, NO BAIRRO BOA VISTA, MOSSORÓ, ALUGADA A KALIANA TORRES

MARIA DE LOURDES ALBUQUERQUE ARAÚJO

MOSSORÓ-RN

MARIA DE LOURDES

MOSSORÓ-RN

RAIMUNDA NUNES E DONA LOURDES

RAIMUNDA NÚNES E MARIA DE LOURDES

DONA CHIQUINHA E MARIA DE LOURDES

DONA CHIQUINHA E MARIA DE LOURDES

MARIA DE LOURDES E AMIGAS

DONA MARIA DE LOURDES, MARIA NÚNES E RAIMUNDA NUNES

RAIMUNDO GOMES DE ALBUQUERQUE

RAIMUNDO GOMES

PRIMEIRA COMUNHÃO DE DONA MARIA DE LOURDES

9 DE NOVEMBRO DE 1937

FOTOGRAFIA

SEM IDEBTIFICAÇÃO

JOANINHA & JOANINHA

JOANINHA DE BIBIA E JOANINHA DE ETELVINA

SEM IDENTIFICAÇÃO


CECÍLIA E PEDRO

DONA CECÍLIA E SEU PEDRO

RAIMUNDO PEREIRA PEDRO

RAIMUDNO PEREIRA

RAIMUNDO CORREIA

RAIMUNDO CORREIA

SEBASTINA

CUNHADA DE DONA MARIA DE LOURDES

ISABEL, MARIA DE LOURDES E ANGELINA

AS ANIGAS DE DONA MARIA DE LOURDES

ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERRY - RIO DE JANEIRO

DONA MARIA DE LOURDES ESTUDOU DOIS ANOS NA ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY, NO RIO DE JANEIRO

DEDICATÓRIA

Este trabalho dedico em especial a Deus, que é a minha força para viver. Sem duvida a segunda pessoa abaixo de Deus a minha mãe que incansavelmente sempre cuidou de nós (eu e meu irmão),nos tempos mais significativos de nossas vidas ela estava do nosso lado, sempre preocupada com a nossa felicidade. A meu irmão, José Edson, sem ele não seria completa a nossa família. Annei Livia, foi um presente de Deus em nossa vida,(Deus a abençoe, sempre). Franicineide sem ela, não teria a nossa princesinha (Livia). A Janine, (minha afilhada) e Juliana. 

UMA HISTÓRIA NA HISTÓRIA

Ouvi muitas vezes minha mãe falar da história dela e me admirava da força e vontade de vencer, com honestidade que ela sempre teve e têm. Muitos dos fatos aqui narrados eu não presenciei é claro, mas acompanhei e acompanho uma significativa parte desta história, há também alguns fatos que podem ser comprovados na vida histórica.

GENEALOGIA

Os bisavós paternos da minha mãe eram: João de Melo e Francisca Gomes, os filhos deles eram: primeira filha Maria de Melo casada com José Gomes (filhos deles Manuel Maria, Aristóteles, João Gomes, Raimundo Gomes, Enoc (faleceu jovem e solteiro), Conceição, Maria das Dores, Rita e Francisca). Segunda filha  terceira filha Joana casada com Manuel Bandeira (tio Nezinho)os filhos deles eram; (Miguel Bandeira, Raimundo Bandeira e Maria do Carmo), quarta filha Cecilia Fausta de Melo casada com Pedro Nunes(sobrinho dela) os filhos eram Antônio(casado com Júlia),João(casado com a prima, Fransquiha ),Natanael ou natin   casado com uma prima Tinesa e em segundas núpcias com Titica),Francisco( casado com  , José Nunes(solteiro),Antônia(casada com o irmão do pai de mãe, tio Mundinho),Sebastiana ou Taninha( solteira),Maria ou Dica(casada com Manuel Limeira, os pais de Ducilda e Anastácio). Quinta filha Isabel casada com Manuel Germano filho( Nicolau), sexta filha Antônia casada com Luiz Macaco. cujos filhos são: Deodata e Albina.  Sétima filha  Justina casada com Pedro Correa de Albuquerque(os avós de minha mãe), os filhos deles eram: Raimundo Belém(solteiro),Raimundo Pedro casado em primeiras  núpcias com Rufina e posteriormente com Rita , Raimundo(casado com Antônia filha de Cecilia e de Pedro),Raimundo Nonato casado com Francisca (os pais de minha mãe)Raimundo Roseno e Raimunda Rosa. oitava filha  Benedita casada com Demétrio. Nona filha Sebastiana casada com João de Paiva os filhos eram( Anália, Giselda, João de Paiva Filho). Decima filha Francisca casada com João de André cujo o filho é (João). Decimo primeiro filho Vicente casado com  Mariquinha, os filhos são: (Raimundo, Sebastião, João, José Ferreira( Vilani ou vilinha, filha de José Ferreira),Francisca Bandeira mulher de tio João Bandeira, Maria ou Bibia(solteira),Tineza (primeira mulher de tio Natin) e Antônia.
Seu Pedro Correia de Albuquerque,(meu bisavô) tinha os seguintes irmãos: Luiz, Geminiano, Joana e Nizia(que casou-se com o viúvo)Chicoló ,pai de Pedro Nunes. Os filhos de seu Pedro Correia de Albuquerque e Justina Gomes eram: Raimundo Gomes de Albuquerque, nascido em 1903, Raimundo Nonato de Albuquerque,nascido em 07 de desembro de 1907, Raimundo Pedro de Albueurque, nascido a em 1910, Raimundo Correia, Raimundo Roseno e Raimunda Rosa.  
Os avós maternos de mãe eram: Raimunda e Libanio Viana, (a irmã de Raimunda era Tia Lúcia (a mãe de José Firmo), (O Irmão de Libanio Viana era João Viana, marido de Madrinha Paula)). Os irmãos de sangue da minha avó eram: Maria, Mafalda e José Viana. Os irmãos de criação eram: 1º filha- Maria    Balila casada com Sebastião Herculano, 2º filha -  Etelvina casada em primeiras núpcias com José Pachico, o segundo casamento foi com Jorge de Brito, 3º filha- Francisca e Francisco Nunes (filho de vovó Cecilia),4º filha - Abigail casada com Francisco Amâncio, 5º filha  Taninha casada com José Roberto. 6º filho- Vicente casado com Rita Tomé, 7º filho -  João ou Joca Viana casado com Raimunda, 8ºfilho - Raimundo casado com Maria Amâncio.

 João de Zuza, pai de Zuza, Francisca casada com Geraldo, Maria,  Joninha Reginaldo, Antônia(trabalhava no Centro de Saúde e Francinete Aires, são primos da minha avó. Estes eram os antepassados da minha mãe. Anem era a mãe de  Lolinha e neta de Tio Eufrásio  irmão do pai da  minha avó.

RECORDAÇÕES

Minha mãe é filha única, mas tem uma árvore genealógica bem ampla. Os pais ela eram Raimundo Nonato de Albuquerque e Francisca Libânia Viana. Os avós paternos eram Pedro Correia de Albuquerque e Justina Gomes de Melo. Os avós maternos eram Raimunda e Libânio Viana. Pedro Correia de Albuquerque(como já falei), era de origem estrangeira (Judeu ou italiano), minha mãe diz que quando era menina escutava muito o avô dela falando: “ que saudade que eu tenho de meu pelo sinal” e mãe perguntava onde era o pelo sinal ele dizia que era muito longe. E Lidia de tio Nicolau dizia que eles eram judeus, por sinal ela falava “ daquele povo que matou Jesus Cristo” era o jeito dela falar. Diziam a minha mãe que pai velho( o avô dela era comboeiro quando era mais moço.  Justina era filha de João de Melo e Francisca Gomes. Meu avô  era músico da banda de musica de Caraúbas (tocava clarinete), mecânico (sabia tocar e consertar vários instrumentos musicais, além de maquina de costura), era pobre mais gostava de andar sempre bem arrumado, mesmo que a roupa fosse humilde, gostava muito de perfume, muitas vezes podia faltar o comer, mas perfume não. Era um homem sem estudo, mas com uma pronuncia de palavra parecia homem letrado. Tinha um poder de oração muito grande, olhava a mão das pessoas e dizia o que ia acontecer, e sempre acertava, segundo o relato das próprias pessoas (algumas ainda estão vivas). Quase todos os irmãos dele sabiam tocar algum instrumento, era dom de família, assim como oração. Padrinho Raimundo Upanema sabia rezar e estancar sangramento.

CONVIVÊNCIA COM A MÃE

Minha mãe fala que viveu pouco tempo com a mãe dela, mas o bastante para conhecê-la e ama-la. Segundo minha mãe, minha avó era uma mulher clara, cabelos longos e lisos, um pouco vaidosa, bonita apesar de não ser magra e que não media forças para o trabalho. Uma excelente costureira costurava uniformes de casamento. Criada por  madrinha Paula, esposa de João Viana (tio de minha mãe),  que não admitia que filha dela estudasse( madrinha Paula era assim, mas tinha um poder de oração enorme tanto que todas as pessoas que perdesse um animal e não conseguisse encontrar vinha ate ela e onde ela conseguisse ver o animal podia ir que estava lá, vivo, morto ou roubado), mas mesmo assim minha avó não obedeceu e aprendeu a ler. Minha mãe relata que quando ela era pequenina a mãe dela (dona Francisca Viana) mostrava a cartilha feita à mão com a letra do  ilustríssimos mestre Quinho (Francisco Quinho de Melo), cuja caligrafia era impecável, minha mãe comenta que as palavras em letras roxas eram em ordem alfabética, albor, brinde, culto, dragão, elmo...  Eram palavras dissílabas. ”Eu sempre fui muito curiosa e cuidadosa para adquirir conhecimentos bons” eu aprendi a soletrar minhas primeiras palavras com a ajuda de minha mãe através desta cartilha.
 Ela lembra que em certa ocasião estava brincando no quintal, quando viu um pintinho querendo nascer, como demorava em quebrar o ovo tentou ajuda-lo, danificou a perninha dela e ficou sendo chamada de chosinha pela perninha que mancava”. Entendeu que tudo tem seu tempo. Assim ela fala: “Recordo-me quando ainda morávamos na Aroeira fizemos um barreiro próximo a casa (era costume fazer um barreiro para aproveitar a água para aguar o terreiro), ouvindo os sons dos sapos resolveu observar como eles nasciam, trouxe espuma do sapo para casa, mas minha mãe quando descobriu ,mandou-me devolve-los dizendo que a casa iria ficar cheia de sapos”.
 Ela contou-me ainda o seguinte “Neste tempo minha mãe me dava à cartilha dela para aprender a ler nós morávamos na fazenda Aroeira. Lembro-me que a cartilha era costurada e por intermédio de minha mãe que aprendi as primeiras noções de escrita (com letra de mão). Quando padrinho Raimundo casou, dona Rufina Eliza de Oliveira (a esposa dele) passou a ser a  primeira professora de minha mãe, conforme ela mesma comenta, maravilhosa mestra, tinha muito gosto de lecionar, primeiramente ela ensinava na nossa casa, pois quando eles casaram vieram morar lá em casa, ela sempre estava atenta a novas metodologias para ensinar na hora que deveria ser o recreio, como a maioria de nós não tínhamos recursos, ela ficava brincando e nos ensinando a dançar, era como se fosse um exercício  físico e muitas vezes uma dinâmica para a aula ficar mais atrativa, mas ela também usava a palmatoria se precisasse. Os alunos dela eram: eu, os dois filhos dela (Evangelista e Francisca), Joanita, Estelita e seu nane. Seu Raimundo da Aroeira trouxe 6 cartas de ABC, Landelino Rocha. Ele explicou que era a nova Nomenclatura, a Escola era “Escola particular de Instrução da Fazenda Aroeira”. Mais tarde eles se mudaram lá para Propriedade de João Boagua no Salgadinho, lá dona Rufina 
 Ensinava em uma latada na casa dela, muitas crianças vinham para ela ensinar, ela que também era muito pobre, buscava papel de embrulho, nas bodegas ou com pessoas que doasse juntamente com padrinho Raimundo eles cortavam o papel em forma de caderno, costuravam e traçavam para distribuir com as crianças que não tinham condições de comprar caderno, conseguia também o lápis grafite com a recomendação de poupa-lo para dar por muito tempo. “A precariedade era enorme, mas não maior que o amor à instrução das pessoas que apareciam para aprender a ler, os filhos de seu João Boagua, ele pagava”. 
 Minha mãe comenta ainda que com a mudança de Padrinho Raimundo para o Salgadinho, (lugar onde o chão era tão branco que não era possível sair um horário de sol quente, pois o reflexo do sol no chão encandeava a visão). Ficou estudando com dona Mimosa  mulher de  Seu Hermano Mota, na Cacimba do Meio, muito longe, mãe diz que  a mãe dela ia com ela e que  só estudou um mês, pois  pois a mãe  dela se atrasava nos afazeres,  esperando ela.  Depois ela foi estudar com Raimunda Neves Bandeira (Dica Bandeira) (filha de Tia Francisca Bandeira) ela , seu Nani e Joanita, a escola funcionava na casa de tio João Bandeira. “Escola Particular do Sítio Borracha” Eles  atravessamos o rio a pé enxuto para estudar lá. Quando chegou  lá na Escola , ela  já sabia ler e ia para lousa. Havia crianças e adultos estudando.
Outra lembrança é que havia um rebanho de gado próximo de casa  onde eles moravam e que  um dia um bezerro morreu e o rebanho se pôs a chorar, ela ficou muito angustiada e perguntou a  mãe  dela o que era, ela me explicou que o gado é o único animal que sabe quando está próximo da morte e que quando um deles morre eles choram, eu fui lá olhar e realmente corria dos olhos deles grossas lagrimas e ouvia-se um grande alarido.
 

Certo dia meu meu avô foi buscar uma jandaira. Ela comenta  que (foi com ele que eu fiquei conhecendo diversos tipos de abelhas e seus habitat), ela foi  com ele, enquanto ele terminava de arrumar as coisas para irem para casa, ela comeu o samburá e bebeu água, ficou sonolenta, o pai dela  teve que me carrega-la para casa, ele  havia dito que se comesse o saburá não bebesse água, pois ficaria sonolenta, mas é impossível comer saburá sem beber água. (SABURÁ CAIXINHA ONDE FICA O MEL)

CONHECIMENTO S A RESPEITO DE MEL DE ABELHAS

Muitos conhecimentos da vida do sertão e da natureza que meu avô sabia, ele ensinou a minha mãe. Ele ensinou e mostrou a vida das abelhas, o nome e seu habitat. Hoje ela comenta que: “Um exemplo a Tataira é preta e valente, fica em tronco oco de árvore geralmente seca de Aroeira, mel é desgostoso, grosso e branco. (Local Borracha)
A Boca de Limão- fica nas folhas da Oiticica, o mel é azedo, branco, fino e pouco apreciado. As abelhas são mansas e miudinhas.
O Sanharão, são abelhas pretas e valentes, fica no oco das árvores. O mel e grosso e tem sabor bom. A cor é cor de mel.
Canuto eram vermelhos, pequenos e não valentes. O mel é branco, fino e desgostoso. A colmeia era no lado externo das árvores, o tamanho da colmeia era de 15 cm, era de barro vermelho.
Curupira- era no oco das árvores, produzia muitos litros de mel. As abelhas eram vermelhas e valentes. O mel era desgostoso, amarelo claro e fino.
Jandaira - era no oco das árvores, produzia muitos litros de mel medicinal, gostoso, branco e fino. As abelhas eram pretas e valentes.
Moça branca – mel pregado nas árvores (carnaubeiras), mel pouco e sem gosto. (só aquela plastrada). As abelhas eram mansas e pequenas.
Enxu- a colmeia era a redor das arvores (como um cupinzeiro), era uma capa de mel, doce e bom (quase açucarado). Às vezes tinha três metros. As abelhas são valentes, pretas e gostam da flor de angico. (a maioria das capas são açucaradas).
Jati- mel medicional serve para dor de ouvido (meu avô colhia e levava para as mães para as crianças, ele nunca colhia todo para preservar para elas não se afugentarem). Era encontrado no oco das árvores, o gosto suave, bom e o mel fino e branco. As abelhas são mansas, pequenas e branquinhas.
Capucho – debaixo da terra(tem preferencia por formigueiros abandonados) as abelhas são valente, roçadeiras e pretas. O mel é feito debaixo do chão e alastra-se.(eram tidas como ante higiênicas e o povo tocava fogo)
Mosquitinho da praia – Pequenos e brancos(asas brancas) tinha preferência por folhas de oiticica, onde grudavam o mel.eram mansos,dava pouco mel que não prestava para nada.
Tubiba – abelhas pretas (pareciam uns besouros) e valentes. Mel escuro, quase preto e ruim. Feito no oco das arvores,  solto. Eram fabricados muito mel.
Uruçu – Mel doce.
Mandassaia – capas e mais capas ao redor das arvores (como se a árvore tivesse saia). (estava em extinção ). Muito difícil. Abelhas mansas, vermelhas,  faziam muita zoada e o mel era amarelo queimado com o gosto mais ou menos.  Estes eram os conhecimentos que meu avô passou para minha mãe, que ele adquiria observando as matas do sertão”.
 Ela afirma também que “Todo este acontecimento era na fazenda Aroeira, onde éramos moradores”.
Minha mãe diz que uma vez ela e minha avó foram  visitar uma senhora que tinha ganhado nenê, ela estava bastante doente, eu que a vi em um estado muito ruim, mesmo não entendendo o que se passava com ela, meu eu de enfermeira, que estava dentro de mim, queria fazer um chá de folha de laranjeira para vê-la melhor, eu não entendia porque as pessoas não conseguiam resolver o caso dela.
Ela recorda-se também que quando estava próximo a chuvas fortes, o Serrotinho estrondava que de longe se escutava e todo mundo sabia que ia ter chuva de vento, tais chuvas vinham com ventos tão fortes que derrubava algumas casas que fosse mais frágil. Neste momento as mulheres começavam os benditos e jogavam um copo de água ao vento isso abrandava o vento e começavam a cantar  “virgem do rosário abrandai o vento que ele vem tão brabo pela porta a dentro”. As encelências, os benditos e as novenas eram situações próprias do sertão. Ela sempre ajudava a tirar as novenas, de são José, do mês de maio, as de junho e outras tantas que houvesse, porque já sabia lê.
Meu avô conforme  afirma minha mãe  não se acostumou à vida de plantar, apesar de termos um roçado plantado em terras alheias e por conhecidos nosso, os pés e mãos de meu pai, lembro-me como se fosse hoje, parecia algodão. 
Certa vez em época de enchente, eles  víamos as mulheres com as crianças do outro lado do rio Umari, elas estavam sem leite para as crianças. Ela conta que” Meu pai resolveu levar o leite para o outro lado. Colocaram uma rudia na cabeça dele com o pote de leite e ele foi atravessando o rio, nadando a pé, o rio não era muito largo, porém era muito profundo, devido às chuvas o rio estava com uma correnteza muito forte. Foi difícil a travessia, os troncos de arvores derrubadas passavam por ele, que tentava se desviar dos mesmos, quando meu pai terminou a travessia estava bem longe. Muitas pessoas vieram receber o leite e ele, o mesmo estava bastante cansado. Enquanto ele estava nesta luta, eu e minha mãe ficamos na outra margem do rio rezando. Eu sentia orgulho e medo por aquela atitude de meu pai. Ao chegar lá, víamos a alegria das mulheres e nossa por tudo ter saído em paz. E claro que ele não voltou no mesmo dia esperou a mareta se acalmar e recuperar as forças e voltou”.
Entre os episódios que merecem ser mencionados está, a lembrança de Bibia (Maria Pereira) cuidando de uns homens conhecidos nosso que havia sofrido  uma facada no pescoço e no ventre. Em casa ela colocou o intestino do homem  no lugar, chamou mãe Joaninha para costurar, padrinho  Raimundo veio fazer uma oração para estancar o sangue, foi feito uns unguentos e depois de anos de cuidado o ferimento cicatrizou e todo voltou ao normal, este mesmo procedimento foi feito com o homem com o ferimento no pescoço, Eles ficaram deitado em folhas de bananeira para não se ferir, devido o longo tempo de tratamento. Cuidados, fé e perseverança, abaixo de Deus recuperaram a vida daqueles homens. Todos ajudaram trazendo cascas de arvores e remédios caseiros para ajuda-los a se recuperar.
Lembro-me que todo mundo falava de tio Nezinho que deixava, na segunda feira, mãe Joaninha, acorrentada, enquanto ele ia para feira do Gavião (atual Umarizal), mas na casa dela não faltava nada, ela nunca reclamou de tal situação, parecia uma santa, recordo-me que certa vez uma das funcionarias dela estava para ganhar criança e por conhecidência foi a uma segunda feira, arrumaram as coisas da parturiente ali perto dela na sala e ela fez o parto, pois era parteira, quando ele chegou ela comunicou que a mãe e a criança estavam na cama dela, mas ele ao contrario do que se pensou nada reclamou.  A única mulher que ela não conseguiu atender a tempo foi à filha dela, quando vieram avisar, que ela ia saindo para fazer o parto, ela disse, ”já não precisa mais, pois ela sentiu que ela já estava morta” e assim foi.

No dia da morte dele, ele saiu para caçar e sentiu-se mal e morreu. O lugar onde ele morreu dava para avistar lá de casa.   

AS PAISAGENS DE MINHA VIDA

Minha mãe comenta: “Que belas paisagens acompanharam a minha infância e juventude. O serrotinho com sua exuberância e mistérios, as casas de engenho, a beleza do rio  com a vegetação de mangueiras e muitas outras arvores que cresciam as margens do mesmo as faixadas de algumas casas que os moradores tratavam de plantar muitas roseiras, o branco do salgadinho, bem como do trigo em flor. A casa grande da Diamantina com as senzalas. A Itaoca. O olho d água da Borracha (que conforme contam nasceu quando  peregrinos em romaria pedindo chuva a Deus, pararam próximo a um Juazeiro para descansar, alguém repousou uma borracha (borracha: recipiente feito de borracha onde se guardava a água para viagem) nos galhos do Juazeiro, ao cair os últimos pingos de água no chão, da terra começou a jorra água e nunca mais parou). A lagoa das pedras.  A beleza e riqueza dos carnaubais que sustentava tanta gente (com sua palha, cera, madeira...) É uma árvore abençoada. Os pau d’arcos a florir, os cardos, a macambira. A fartura do Mato Verde (flores, frutas...). O Timorante (uma ilhota com uma casa só). As paisagens de Baturité, no caminho para o Canindé. O contraste do verde da serra e seca dos caminhos do Ceará. O rio de Mossoró em tempos passado, o cheiro da verdura plantada as margens do rio.  No alto do Cazumbá, o cercado de poderá.  

NO MATO VERDE

Assim minha mãe comenta: “Nunca vi um lugar mais cheio de fartura, chovia bastante. Fomos morar na casa de seu Valério Pedro, enquanto ele foi para safra de palha na vazia, no inverno ele voltava, pois a vazia alagava. A dona da Fazenda Mato Verde era uma senhora muito bondosa (dona Tionila), os filhos de dona Tionila eram: Agostinha, Simplício e Zé do Mato Verde. Na fazenda mato verde tinha muito abacaxi, criação de ovelhas, bois e uma plantação de arroz. A casa Grande  do mato verde era cercado de flanboat, havia uma bica que corria água continuamente regava tudo e fornecia água para os animais. Neste lugar passamos três meses”. 
 Segundo minha mãe afirma: “Certo dia meu pai e eu fomos cortar lenha na Serra (pois o Mato Verde era na Aba da Serra do Apodi) (havia muita catingueira caída),quando estávamos lá, no meio da mata ouvimos o choro de uma criança, meu pai me disse que era o choro de um pagão, meu pai disse: ”eu de batizo em nome do pai, do filho e do espírito santo”, disse três vezes e o choro do nenê foi desaparecendo e parou, ele ficou de joelhos e fez esta oração .Eu tive muito medo”. “Todo dia Dona Teonila mandava arroz, feijão e carne para nós”.

   Ela diz que se lembra da mercearia de seu Tiago, tinha umas bolachas muito boas com gosto de erva doce e que havia um homem que fazia cal, onde ele morava o chão era bem alvinho,  o cal era tirado das pedras da Serra. Minha mãe disse que  quando saíram de lá, foram morar na Mariana e que vinha umas meninas para brincar com ela, Margarida e Etelvina. Segundo ela: “ Mamãe lavava a nossa  roupa no corredor do Brejo, lugar a beira do rio, muitas lavadeiras lavavam roupa ali, levavam as crianças que passavam o dia brincando e desfrutando da abundancia de árvores frutíferas e da beleza das flores que nasciam naturalmente as margens férteis daquele rio”.

LEMBRANÇAS

Minha mãe faz o seguinte comentário: “Lembro-me que os fósforos eram guardados para ocasiões extremamente necessárias, os homens quando iam caçar, por exemplo, levavam um chifre (corrimboque) colocavam algodão dentro, socavam bastante, pegavam pedras figos de galinha (pelo formato e a cor que elas tinham), tais pedras eram boas para gerar fogo, numa rápida tocada uma na outra fazia fogo e queimava gravetos para se aquecer e acender o cigarro. No dia- a -dia também era usado este método para acender o fogo da catingueira para cozinhar a comida. Quando se acendia uma brasa, não precisando mais dela enterrava-se, amanhã podia desenterrar que ela estava acesa e servia para fazer o fogo para cozinhar a comida. Havia também os fósforo de cera, era feito de cera  de carnaúba e a parte superior era colocada pólvora, estava feito o fósforo. Estes eram os artifícios de sobrevivência”. 

VÁRZEA OU MARIANA

Comentário de minha mãe: “Um povo trabalhador vivia praticamente do plantio e corte de palha. Foi na Mariana que aprendi a bater e trançar palha para fazer ticum, bolsas, chapéu... Lá moramos na casa de Tio Nestor, uma casa a poucos metros da Lagoa da Porta, onde ancoravam as canoas. A        noite pescávamos, quase sempre piranha. A carne era muito ruim”.
 Ela comenta ainda o seguinte: “Aconteceram muitos fatos importantes que tenho bem guardado em minha memoria. Em tempos de inverno a Lagoa da Mariana é um prodígio para todos os habitantes, suas aguas abundantes abaixo de Deus traz fartura para todas as terras mais baixas próximas a lagoa é inundada o seu limo, beneficia o plantio de vazantes. Em certo dia, lembro-me que eu e Dada saímos para ir comprar açúcar do outro lado da lagoa, saímos de canoa, quando chegou a certa distancia uma estaca de uma cerca encoberta pela água penetrou na canoa e perfurou-a, apesar de tirarmos a água com o coité, não adiantou, ficamos bastante aflitas e começamos a gritar, colocamos um pano vermelho um sinal de alerta, um homem conhecido nosso (seu Mandú )viram e vieram nos ajudar, terminou tudo em paz”.
“Por este tempo fiz minha primeira comunhão na Capela da Ursulina(Capela de Nossa Senhora da Conceição), em 6 de Novembro de 1941”.
Em outro momento, minha mãe disse que ela  e Dada foram atravessar a lagoa, em tempo de seca, atravessamos a pé, ao retornamos começou a escurecer e o dia se tornou em noite, era o eclipse, mas como elas  não sabíamos, ficaram muito aflitas.  Nisso os  familiares das mesmas vieram ao  encontro delas. Seu Pedro Câmara  comunicou a eles que se tratava de um eclipse total solar, mais especificamente um transito de mercúrio no disco do sol. Seu Pedro  mostrou a minha mãe  a revista “O Cruzeiro”, que trazia esta noticia, ele muitas vezes emprestou  esta revista a minha mãe para ela lê,  pois ele via que mãe tinha interesse pela leitura e recomendava cuidado no manuseio da revista. Esta revista noticiava os rumos da guerra. Minha mãe se orgulhava em dizer que já sabia  lê e  ficava bastante atenta para sabe quando ia terminar este tormento. Ela fala que: “ As consequências para nós deste desastroso episodio era a angustia de saber das inúmeras mortes é claro, mas a falta de alguns itens, como o querosene, que deixou de ser fornecido, para vermos nossas casas iluminadas fazíamos vela de cera de carnaúba, e no terreiro uma fogueira. A guerra e a seca só não nos afligiam de modo desastroso, pois ainda restava um pouco de água na lagoa e pássaros, que chamávamos arapapá, vinham para próximo à lagoa, os mesmos serviam de alimento para muita gente, eu os via como as cordonizes bíblicas”. Minha mãe fala que: “Muitas meninas do meu tempo quase não percebiam estes acontecimentos, mas eu como sempre quis saber das coisa necessárias ficava ouvindo atenta a conversa do povo que tinha conhecimento para aprender”.
 Escuto a muito tempo minha mãe comentar o seguinte: “Recordo-me também dos homens fazendo cacimba com 14 degraus em espiral, para encontrar água potável muito boa. Depois de pronta uma mulher ficava lá embaixo enchendo as vasilhas para o povo que esperava a água lá em cima”.
 Ela comenta ainda que: “Mesmo com a seca não faltava arroz, já que o povo aproveitava a terra ainda molhada e o pouco de água da lagoa para o plantio do arroz. Acompanhava a seca do rio, transplantando o arroz para mais próximo da água e assim aguentavam até a colheita. Era muito trabalho mais, isso não era problema para aquele povo trabalhador. Eles sabiam que se fizessem regos para a água correr, esta poderia perde-se e  muito do pouco de água que ainda restava”.
 Minha mãe diz que: “Nesta comunidade moramos na casa de Tio Nestor e na casa de Candido de Braz. Ai recomecei a estudar pois dona  Cisinha, abriu uma escola na casa dela. Minha professora era Francisca Diassis Câmara (Cisinha)”

Outra afirmação de minha mãe é que “A última brincadeira que me lembro, antes de sair para Borracha, foi o casamento de minha boneca com o boneco de Dada. O padre que celebrou o casamento foi o boneco de Macrina, padre Ranilson.

AS VIAGENS PARA CANINDÉ

Em nossas viagens para o Canindé, nós víamos muita pobreza e necessidade, mas vimos também à beleza e o verde da serra de Baturité. Nós tínhamos uma parenta nossa que morava lá, a irmã do meu avô (Joana Correia).  Muita fartura de Frutas e café, quando viemos trouxemos muita semente de café. A viagem era longa. Nas últimas vezes que fomos mamãe já estava bastante debilitada. Íamos, eu, mamãe, meu pai e pai velho (e meu avô), nós íamos a pé. Mais levávamos um jumento com a carga e eu ia no meio da carga.   

NA CANAFISTULA

Na Canafistula moramos na propriedade de Chico Saturnino, perto da casa de Chico Saturnino ( o pai de Jaime e Tonha).  Minha avó conforme minha mãe com o passar do tempo e apesar de idade não tão velha, já não apresentava o vigor, o sonho de possuir uma casa, uma vida, parecia mais distante. Meu pai, como já disse, era um homem de muitas habilidades, mas infelizmente nunca usou tais conhecimentos para melhorar de vida, eles eram pessoas muito queridas de todos, eles lutavam para que eu tivesse brinquedos (até uma boneca grande eu tinha, coisa que só meninas ricas, tinham), mas o principal uma casa para morar, um canto certo para viver isso não tinha. Meu pai não se acostumou à vida de plantar, apesar de termos um roçado plantado em terras alheias e por conhecidos nosso, os pés e mãos de meu pai, lembro-me como se fosse hoje, parecia algodão.

Foi na Canafistula, nesta  propriedade de Chico Saturnino,  que minha mãe morreu.

 Antes da morte de mamãe, um rebanho de gado ao longe chorava, parecia que eles sabiam o que estava para acontecer. Lembrei-me do gado da Aroeira.

NO CÓRREGO FUNDO

Ficamos sós eu e papai, fomos morar com meu avó, atrás da casa  de Chiquinho Cirilo, era uma casa distante de outras casas, era muito solitário.
 Nós morávamos na casa de pai velho, ele  era de poucas palavras, alvo, dos olhos azuis, muito corado. Nesta casa ele ficou doente, um cachorro o mordeu e ficou sem andar. Dona Antônia de Chiquinho Cirilo estimava muito nós.  Meu avô foi para casa de Tio Raimundo Upanema. Nós ficamos só, papai já estava cego.
Joaninha a prima de mãe, elas duas juntavam pelo de flor de cera até completar uma quantidade que desse para comprar um corte de tecido para fazer vestidos para nós. Era por quilo o pelo de flor de cera. Chiquinho Cirilo ia vender e trazia o dinheiro para comprarmos o tecido “voali”.

Quando tia Cecilia e tio Pedro vieram para Mossoró, nós viemos com eles, pois não podíamos ficar lá sozinhos. Pois dona Antônia tinha herdado uma propriedade e eles iam morar lá.

PADRINHO RAIMUNDO EM MOSSORÓ

Conforme minha mãe Padrinho  Raimundo veio morar próximo a matança do Alto da Boa Vista na rua do Progresso, ele e a família. Aqui dona Rufina ficou ensinando aos funcionários da matança, Evangelista filho deles, trabalhava entregando água no jumento. Evangelista e Francisca estudavam na LBA, Legião Brasileira de Assistência. Eles demoraram pouco tempo aqui em Mossoró, pois Padrinho Raimundo quis ir embora. Este acontecimento ocorreu antes de nós vir para Mossoró. No tempo do Governo de Padre Mota. Minha mãe comenta um episodio hilário que ocorreu, certo dia Evangelista estava próximo ao mercado central,amarrou o jumento na tamarineira ali do posto Santa Luzia e foi tocar birimbal para os homens que se reuniam no mercado para conversar, pois quando ele tocava os homens davam alguns trocados a ele,( Evangelista sempre foi muito trabalhador). quando ele voltou para ir buscar a água, pois esse era o seu meio de vida,(ele era menino),o jumento já não estava, ele ficou muito aflito, alguém disse a ele que padre Mota tinha mandado recolher o jumento, ele ficou esperando que a missa terminasse e saiu atrás do Padre Mota, cantando “ o padre Mota gordo e buchudo, devolva meu jumento com cangaia e tudo”, o padre Mota, olhou e não sei ao certo se por compaixão ou outro motivo devolveu o jumento e disse a ele que nunca mais deixasse o animal ali. Ele perguntou onde ele estava e Evangelista explicou que estava tocando para o povo no mercado para ganhar uns trocados e que ele usava o jumento para carregar água. 

MINHA VIDA COM MEU PAI, EM MOSSORÓ

Conforme minha mãe meu avô, já havia passado um tempo em Mossoró, a primeira vez que eles vieram a Mossoró ele(meu avô), ainda era pequeno, seu Pedro e Dona Justina vieram para o alto dos Macacos(Alto da Conceição),lá eles encontraram uns parentes deles e ficaram algum tempo, Belém também era pequeno. A segunda vez que eles vieram foi antes de minha mãe nascer, veio ele(meu avó) e minha avó. Nesta época possivelmente meu avô estava trabalhando em uma oficina, pois como já afirmei ele sabia fazer trabalho de mecânico.
Em Mossoró viemos morar aqui na rua Felipe Camarão, que era a Rua dos Alpendres, em uma casa alugada, quem pagou o aluguel foi padrinho João Manuel, que nesse tempo não era meu Padrinho, mas já era delegado de Bairro. Tia Cecilia veio para a casa que eles compraram, perto da nossa (a casa dela era onde hoje é a Funerária Santana). Nossos vizinhos eram dona Severina e Sargento Zé Afonso, (nos ajudou muito, bem como padrinho João Manuel e madrinha Regina).
Os três primeiros mêses que residimos aqui, foi padrinho João Manuel e madrinha Regina que pagaram  nosso aluguel e nos deram  de comer. Seu Zé Afonso e dona Severina nos ajudavam muito. Casa de seu Sátiro e dona Salvina, (Zezinha, a filha deles, moça bonita), seu Sátiro vinha limpar a casa para noite de festa, Zé Abrão mandava. O aluguel de nossa casa era muito caro, havia casas até dada lá perto do aeroporto, mas ficava muito isolado para nós morarmos sozinhos.
Logo cedo minha mãe começou a trabalhar, recebia da fabrica de fogos, pólvora para fazer chumbinho, traque e outros fogos em casa, pois não podia sair para ir trabalhar fora e deixar meu pai   só. Era advertida para tomar muito cuidada. Depois com ajuda de conhecidos recebia fios da fabrica de rede para fazer varanda em casa, era advertida para não perder um fio, pois tudo era pesado. Neste tempo eu fiz a minha crisma, Dona Nasinha veio me buscar, pois a celebração do crisma foi na Igreja de Caraúbas. Minha madrinha foi madrinha Cisinha. 
Vovó Cecília e Tia Toinha todo dia vinham nos ver. Elas me ajudaram quando fiquei moça, pois não sabia de nada.
Outra lembrança de um benfeitor da infância de minha mãe, que sempre ajudava ao meu avô e minha mãe era Dom João Batista Porto Carreiro Costa. Alias, a nós e a muitas crianças pobres.
 Quando chegamos fui estudar no Moreira Dias. Eu estudava com Geisa e Raimundinha de Brejeiro. Minha professora era Dona Branca, mulher do  sargento do Campo.  Sempre apareciam pessoas do sertão para vir morar conosco. Paulinha e o marido, Raimunda, os filhos e o marido. Minha mãe fala que ela e meu avô juntavam  as moedas que recebíamos da ajuda do povo ou o que ganhava com o  trabalho dela , para no fim do mês ter o dinheiro do aluguel.
Em certa ocasião quando minha mãe adoeceu, dona Severina de seu Afonso, viu Dr Vulpiano passar no carro rumo ao Aeroporto, ela esperou que ele voltasse e pediu para o carro parar e que ele viesse examinar minha mãe, quando ele viu a situação imediatamente examinou e disse que se tratava de um estrangulamento de vesícula, passou uma medicação e autorizou para ir buscar na Farmacia, pois não tínhamos dinheiro para comprar. Passou uma dieta,por muito tempo tomar só o caldo do arroz e nada de feijão. Dona Severina tomou conta de minha mãe e ficou boa. Mesmo  sem acreditar em Deus, Dr Vulpiano fez um ato de anjo divino.
 Minha mãe sempre disse que Dr. Jerônimo Dix-sept Rosado Rosado veio oferecer a para meu avô fazer a cirurgia da vista para recupera-la, ele ofereceu a passagem dele e de um acompanhante, bem como a hospedaria, meu avô e Chico (o pai de Jaime) foram para Fortaleza, mas era tarde, o nervo ótico já estava perdido. Eles agradeceram muito. Minha mãe ficou com vovó Cecília.  Alguém veio avisar da morte de Dix- sept Rosado ocorrida em 12 de julho de 1951.  
Meu pai adquiriu conhecimentos e no mercado  em determinados dias da semana ia com um conhecido nosso buscar pedaços de carne que os marchantes davam a ele. A mãe de seu Djalma sempre dava roupas a ele. No tempo em que vivi aqui com meu pai, veio morar conosco, meu primo Manuel Viana, Raimunda Viana(irmã dele),o marido e os filhos, depois Paulinha e o marido.(Paulinha também era irmã de Manuel Viana).  ( Depois de muito tempo, na década de 80 possivelmente, Paulinha sempre que vinha aqui relatava estes fatos, na ultima vez que ela veio aqui, era um retiro de carnaval, no intervalo do retiro ai na igreja nós(eu, mãe, ela e outra legionária)  viemos para casa e ela veio conosco e disse, lembro-me como se fosse hoje: “  é o último retiro que eu vou assistir,( nós ate falamos para ela não dizer aquilo, mas ela continuou), eu sei porque tudo o que tio Nonato me disse eu vi, ele medisse que eu ia morar em um lugar de muita fartura e que eu via muita água, mas chorava dia e noite para vir embora, eu vi deste jeito acontecer, e ele disse que eu não passaria destas eras e sei que vai acontecer, ele nunca me falhou no que dizia”. Muitas moças vinham para conversar com Manuel Viana e para papai ler a mão delas. Uma das namoradas de Manuel Viana(papai disse que ela não ia casar com Manuel Viana). Para Elite, irmã de Terezinha Silva ( da Igreja), ele disse que ela iria trabalhar em um lugar onde todos faziam fila para falar com ela, muito depois quando ela estava trabalhando na igreja e as pessoas a redor dela para fazer uma matricula da primeira comunhão, ou a intenção de alguma missa, ela lembrou do que ele havia falado, realmente as pessoas faziam fila para falar com ela. Este episodio ela relatou inúmeras vezes que fomos visita-la, disso eu (Maria Luzia)sou testemunha. Paulinha também relatou que ele dizia que ela iria morar em um lugar cheio de fartura e com muita água, mas ela ia chorar noite e dia para vir embora, assim aconteceu, ela foi morar perto de Natal, em uma Chácara próximo  em frente ao mar, tinha fartura e via muita água mas ela chorava todo dia e se lembrava das palavras de (tio Nonato) como ela chamava. Geisa também vinha saber algo, meu pai disse a ela que ela iria casar cedo pois não iria esperar o tempo, mais tarde isso aconteceu, a mãe dela vaio pedir a papai para ela ficar lá em casa pois eles iriam arrumar o casamento dela, pois a mesma já havia se unido ao namorado e a família estava muito desgostosa com ela, meu pai disse que nossa casa era pobre e que ela não ia ter as coisas que ela tinha em casa mais se quisesse podia vir, a mãe dela disse que a comida ela iria trazer.  No que se refere ao meu futuro ele só disse que no futuro todos iriam dizer que eu era rica, e muitos dizem, não sou pobre como era, mas rica não sei.
Conforme minha mãe, mesmo depois da morte da mãe dela, eles iam sempre que podiam no sertão, ficavam na casa de tia Taninha de Zé Roberto, ela sempre muito ocupada costurando ou rezando o oficio de Nossa Senhora. Eles iam também para casa de Bibia e para casa de Mãe Baca (esta na Mariana).

 Dona Chiquinha vinha cuidar de papai, ela era a enfermeira de papai. Um dia ela trouxe doutor João Marcelino que disse a vovó Cecilia que ela estava fazendo mais partos do que ele e ele ofereceu alguns utensílios dele a ela, para auxiliar nos partos, ela agradeceu muito.
 
 Nestes tempos sempre íamos no Sertão, para casa de Bibia.  Ia-mos  também para casa de tia Taninha de tio Zé Roberto, lá a casa era enorme, ela sempre costurando e rezando o oficio de Nossa Senhora, Ela e tio Zé Roberto adoravam papai. Minha mãe com certa melancolia a lembrança da saída deles (o povo de tio Zé Roberto ), para o Centro Oeste, eles passaram aqui em Mossoró para se despedir de minha mãe e meu avô.
Tia Francisca Bandeira e Tio João Bandeira vieram morar em Mossoró em 1950. Minha mãe diz que ela e meu avô foram visita-los. A casa deles era onde hoje é o Supermercado Queiroz da Boa Vista. Era um terreno enorme. A casa só foi destruída quando Tia Francisca morreu e os filhos dela venderam. 

 Quando chegou o tempo que meu avõ adoeceu ele foi morar na casa da  prima de minha mãe, Raimunda, em Caraúbas, ele queria morrer lá. Quem encomendou o corpo foi padre  Ismar Fernandes, era o ano de 1952, minha mãe ficou só,  sem casa e sem nada. O bondoso Padrinho João Manuel, providenciou imediatamente para ela ficar sob a tutela da Irmã Genoveva, no Hospital de Caridade.
Ainda não existia a Igreja de São João. A minha mãe esteve presente na Pedra fundamental da Igreja, não só ela, mas muitas jovens aqui da nossa rua. O primeiro Padre foi Padre Luiz. Antes da inauguração da capela, passou muito tempo um circo funcionando naquele lugar e quando não era dia de espetáculo, Zé Nunes, em frente a pousada dele convidava algum cantador para vir fazer cantoria e o povo comparecia muito,isso sempre que não tivesse espetáculo no circo de Chicolo, que passou muito tempo ai. A Capela de São João foi construída possivelmente em 1959,pois padre José do Vale chegou em 1966 e já fazia sete anos que a Capela existia. “Pe José do Vale devia preparar a Capela de São João Batista do Bairro Doze Anos de Mossoró, para se tornar paróquia. Foi nomeado capelão, por Dom Gentil, em 1966, quando a igrejinha tinha apenas sete anos de construída. Foram seus antecessores Cônego Luiz Soares de Lima, que também era diretor do Colégio Diocesano, e Pe Edson Cabral...”(Costa,2004).
    Em 1965, nasceu Dulce, mamãe fez o parto de tia Dulcilda, quando ela foi se batizar mãe foi a madrinha dela. No ano seguinte vovó Cecília faleceu.

Estes acontecimentos foram muito depois de minha mãe foi morar no Hospital. 

13 - DEPOIS DA MORTE DE MEU PAI



Tio Mundinho queria que eu fosse para lá, mas ele já tinha nove filhos, nem tia Cecília nem tio Pedro tinha ganho mas mesmo assim eles se ofereceram para ficar comigo, mas como Deus tarda mais não falha, padrinho João Manuel adquiriu para que ficasse morando no Hospital de Caridade, sob a guarda da Irmã Genova, lá eu aprendi a trabalhar e a viver. Logo ela me matriculou no Colégio das freiras( sagrado Coração  de Maria). Lá no Hospital onde mãe morava foi aprendendo o serviço de portaria, recepção e por fim enfermagem, que é a minha verdadeira vocação.  Meu primeiro serviço foi fazer bolinhas de algodão.

NO HOSPITAL DA CARIDADE

  No Hospital,  ela lembra quando ficava na portaria e padre Paulo Hos, vinha e queria conversar e que ela ajudasse a ele a aprender a falar português, ele morava no seminário. Padre Paulo chegou em 1948 e em 1957 ainda estava no Seminário). Recordo-me também quando ia para Fortaleza com a irmã Genoveva na casa dos irmãos dela, ficávamos na casa de Dr. Didimo, à noite íamos dormir no pequeno Grande, um convento próximo a verdes mares, na loja da família dela( Quatro e Quatrocentos). adquiríamos muitas roupas e calçados que levávamos para os pobres, quem diria que eu ia levar algo para os pobres, pois eu já não me considerava mais pobre .
 Certa vez fui visitar uns parentes meu,  a irmã foi logo me buscar, eles não eram ricos.

 Lembro-me de duas grandes alegrias que tive primeiro meu aniversario de quinze anos que as irmãs prepararam, os meninos do seminário vieram cantar, e segundo quando a irmã Genoveva disse-me que já tinha o dinheiro suficiente para comprar uma casa para mim, o meu dinheiro elas guardavam, e assim comprei minha casinha de taipo no auto da Conceição, mais especificamente na Lagoa do Mato, esta foi a minha primeira casa. Entreguei a Agripino, meu primo, e a mulher dele para eles morarem e cuidar, depois eu consegui uma casa no avenida Abel Coelho, e finalmente aqui na Felipe Camarão, desta vez uma casa própria e minha. Como era solteira entreguei a Agripino e a mulher dele para cuidar.
 Passei boa parte da minha vida no Hospital de Caridade, cujo diretor era Dr Duarte, havia Dr Almir, Dr Epitácio, Dr Maltes, todos eles profissionais excelentes.
As freiras davam a vida por aquele hospital e pacientes. Graças a Deus e a irmã Genoveva tive a graça de estudar no colégio das freiras, Colégio Sagrado Coração de Maria, onde eu tinha aula de francês, e de muitas outras disciplinas que me prepararam muito bem. Lembro-me da irmã Aurea professora de Pintura, irmã Assunta professora de matemática, irmã Helena lecionando Português e a nossa professora de canto orfeônico irmã Maria dos Arcanjos. Para acompanhar bem os estudos, já que trabalhava, tinha aula particular, assim nunca repetir um ano.
O quadro de funcionários deste Hospital nesta época era: Dr  Francisco Duarte Filho (Diretor), Dr Almir de Almeida Castro, Dr Epitácio, Dr Maltez Fernandes; dona Dolores, Francisca Martins, eu, Luzia Maia, Meu Mano, José Soares ou José da Superiora, pois cada freira era encarregado de alguém. as irmãs- Genoveva, Catarina e as madre Superioras-  primeiro Irmã Camará e depois  Irmã Alvarenga. No tempo que a  irmã Camará era a madre superiora, o tempo dela era quase todo de oração. A irmã Alvarenga era uma pessoa de muita ação, ela fazia muita coisa para ver o hospital progredir e não faltar assistência para os doentes.
Escuto com frequência a minha mãe falar da capelinha do Hospital, que apesar de pequena era uma beleza em sua simplicidade.
Minha mãe relata que um dia angustiante foi o dia quando (Etinha) ou Edson Saboia, chegou no Hospital vitima do acidente aéreo . Dr Almir estava sem consolo e queria que as enfermeiras recobrasse a saúde e vida de Etinha, mas já era tarde. Em 03 de julho de 1954
Segundo minha mãe, certa vez Dona Tereza Tavares Maia, mulher de Dr TARCÍSIO DE VASCONCEÇOS MAIA(Catolé do Rocha-PB, 26/08/1916 – Rio de Janeiro, 10/04/1998) veio pedir a Irmã para que eu fosse dormir lá. Foi a primeira vez que minha mãe comeu vatapá, na casa de dona Tereza. A casa era enorme, minha mãe dormiu próximo ao quarto deles, pois tinha medo de dormir só lá  no andar inferior. Tanto Dr Tarcisio como dona Tereza eram muito bons, para minha mãe. 

A irmã Genoveva,  com  o autorizava a saída de minha mãe para visitar os parentes dela, mas com hora de sair e de chegar, nem um minuto a mais.

16 - NO RIO DE JANEIRO- NA ESCOLA ANNA NERY



 Graças a Irmã Genoveva, minha mãe  consegui ir para o Rio de Janeiro com uma família conhecida, para estudar lá, fazer um curso na área de saúde na escola Anna Nery, este curso deixou- a ainda mais capacitada na área de enfermagem, era um curso de nível médio.
 Os dois anos e meio que passou lá adquirir conhecimentos que me valeram por toda vida. Não conheceu nada do Rio, pois quando saia do prédio onde residia ia para   a Escola no carro mais o povo da casa.
 Ela sempre fala do professor Ernesto , que depois  ela descobriu que era padre, ele era um homem de muito conhecimento, que nos dava aulas de laboratório

MINHA VIDA QUANDO SAIR DO HOSPITAL DE CARIDADE



 Quando  mãe retorneou a Mossoró, pois havia terminado o curso, veio com a esposa de Dr Tarciso e o motorista é claro. Quando saiu do Hospital de Caridade, fui trabalhar no Pavilhão Rafael Fernandes, sanatório que tratava de tuberculosos.

Ao chegar lá no Rafael Fernandes, logo percebeu que meu Mano também veio trabalhar no Pavilhão, era bem melhor começar a trabalhar com alguém conhecido. Neste hospital a enfermeira chefe era dona Lindalva. O diretor era Dr Antônio Luz, trabalhava no setor administrativo também seu Sezário(a tranquilidade em pessoa). Minha mãe quando chegou levou Maria Eudócia como paciente, e instalou-a no leito sete.


 Minha mãe  foi  também morar no Ceara, trabalhando em um orfanato, era noviça próximo a ser freira. Ela soube que tia Cecilia e tio Pedro Nunes, estavam passando necessidade. Resolveu deixar o habito e voltar para cuidar deles, apesar deles terem uma família muito grande, mais pobre . Quando chegou comprovou o que me disseram, estavam bastante magros, não tinha mais luz na casa, a luz ela tinha mandado botar, mais como eles não pagaram. foi cortada, o carroceiro que servia a  água deixou de botar água para eles por falta de pagamento, em fim inúmeras carências. A  primeira providencia foi ver se ainda restava algum dinheiro na Casa Bancaria S Gurgel,  pediu a  Nadir Brasil para ir com ela saber se ainda tinha algum dinheiro e  ao chegar lá, qual não foi à surpresa, havia dinheiro suficiente para quitar todas às dividas, mandar religar a luz e comprar mantimentos e foi o que fez. Tudo voltou ao normal. Foi rever o emprego no Pavilhão Rafael Fernandes e recomeçar a trabalhar, Deus tarda mais não falha.
 Muita coisa tinha mudado em nossa rua. Minha mãe comenta que trabalhou muito no Rafael Fernandes, houve uma época que uma contribuinte incansável de minha luta foi dona Luzia Pereira, não sei o ano, mas sei a década de 60, foi testemunha de muito trabalho meu.

 Ela trabalhava no Rafael e no meu dia não de plantão, trabalhava como enfermeira da avó de Porcino Costa,  dona Janoca (mamãenhoca), na casa de Francisco Petronilo e Dona Anália (padrinho Fransquinho e madrinha Anália). Trabalhei também  por algum tempo como enfermeira de dona Sinha e também Dona Sinhazinha. Com esse povo adquiriu muito mais conhecimento.  Neste tempo, mais ou menos foi o aniversário de   de Lúcia Monte.

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