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quinta-feira, 24 de abril de 2014

NO ALTO DE SÃO MANUEL



 Fomos morar no Alto de São Manuel, em uma casa alugada no Beco do DNER, a casa tinha um mal cheiro horrível e foi difícil me acostumar, minha vizinha era dona Nice, as crianças dela logo se acostumaram com as minhas, ensinamos a elas a rezar, quando nós fomos morar mais longe, elas criaram o habito de rezar o terço toda noite, pois nós tínhamos este habito, a principio elas se assustaram e diziam: ”o que é esta conversa que vocês estão conversando?”, foi então que nós dissemos que era uma oração e perguntamos se elas queriam aprender, as três meninas aprenderam,(Aldeisa, Alvani e Alzeni),tinha os dois menores e o rapaz. A outra casa que fomos morar, também alugada, era espaçosa, aparentemente boa, mas a nossa vizinha a dona da casa, Neusa, implicava bastante conosco a ponto de espalhar cal na frente da casa, sabendo que Maria Luzia era asmática e iria  ter crise. Não sei a razão de tanta raiva, mas outros vizinhos também reclamavam dela. O pessoal de Seu Manuel Bolacha, outro vizinho nosso, muito bom, tinham varias contendas com ela. Nesta casa Edson pouco parava em casa, saia de manhã para ESAM, só voltava tarde da noite. Quando saímos desta casa fomos para casa da COHAB, que nós havíamos comprado, um pouco contra meu gosto, mais ele disse que ficava mais perto da ESAM, eu concordei. Nesta casa, a nossa vizinha e amiga era dona Francisca, que iria nos ajudar no memento de maior necessidade, ela era pobre, mais muito rica em bondade.
 Lili, a filha de dona Irami, professora dos meninos também me ajudou, lembro-me que quando tive um engasgo estava quase sufocada, ela veio com uma pinça e conseguiu retirar a origem do meu engasgo, melhorei. Ela era enfermeira.
 Na segunda e última vez que Edson adoeceu. Deixei casa, filhos e tudo para ir  acompanhar ele em Recife, sugestão de Dona Fatima e seu Marinézio, conhecidos dele e depois nosso. Quando eu fui não conseguir ir como acompanhante  ficava lá como clandestina, comia mal e sem lugar certo para dormir. Fiquei nessa situação o mês que ele ficou lá, e sair com ele para o cemitério de Mossoró. Vim uma vez ver como as crianças estavam, já que as deixei sob os cuidados de uma vizinha, dona Custodia vinha para cuidar delas, mas não tinha aparecido. Soube que dona Custodia tinha saído e deixado as crianças só, dona Francisca, minha vizinha ficou de providenciar alguém para  ficar com as crianças, sei que neste tempo, Maria Luzia e Jose Edson ficaram com 4 grupos de pessoas diferentes que duravam pouco tempo e saiam deixando-os sozinhos, ou melhor sob os reais cuidados de dona Francisca que tinha uma família enorme tanto quanto era a bondade dela, Deus a recompense. Neste tempo de necessidade  não apareceu ninguém da família dele, a pessoa que apareceu foi dona custodia e depois o irmão dele  Pedro e Lenita, mas foram embora deixando as crianças só. Tudo o que está relatado aqui a respeito deste tempo da Ida para Recife, eu afirmo e comfirmo, eu Maria Luzia).

 Durante o tempo que eu estive no hospital, ele pediu-me  uma vez para vim deixar umas provas que ele havia feito na Escola de Agronomia, eu não queria vim, mas insistiu, mal cheguei aqui alguém ligou para mim, na central da Telern dizendo que ele estava muito mal, coincidência logo quando estava próximo a Catedral, pois a Central da Telern era vizinho. Retornei, no mesmo dia, deixando as crianças novamente sem companhia certa. Quando cheguei lá, ele estava bem sentado tinha tirado o bigode e tomado banho, ele contou que tinha apenas um soluço e nada mais. Então qual o motivo daquele telefonema.
  Outro episódio inexplicável foi que alguém me informou que a minha televisão estava no convento e eu fosse buscar, o que minha televisão estava fazendo lá, eu fui e constatei, estava realmente.

 O meu casamento durou quase treze anos, mas eu disse que só terminaria com a morte de um de nós e assim se foi. Até no Hospital  Agamenon Magalhões ,ele ficava estudando para quando voltar terminar  o curso, faltava um ano.
 Nos primeiros tempos de vida sem Edson, passei muita necessidade, pois havia bastante dividas que ele tinha deixado, quando eu menos pensava lá vinha alguém cobrar, eu nunca soube o que ele comprava, o que vendia e em que gastava, só sei das dividas que tive que pagar, muitas vezes sem ao menos saber de que. Nesse período ninguém da família dele apareceu, depois que estavámos conseguindo nos reerguer, apareceram.

 No Hospital onde Edson estava, não foi fornecido para minha mãe os documentos dele, até hoje não sabemos com quem ficou a identidade e o CPF e um ventilador que havíamos levado.  Minha lembra que eles  (o pessoal do Hospital  chamaram-na para conversar, deram  uma injeção e quando  ela acordou, no quarto de Edson, não havia mais nada e ninguém para informar depois levaram-na para onde ele estava, já morto, era um dia de 13 de agosto de 1976.
  Vi  a cena da morte de minha filha primogênita, se passando novamente e mais uma vez não soube  o que aconteceu, com a diferença é que ele eu vi o corpo e enterrei.

 O enterro foi muito bem acompanhado. A legião de Maria, que ele era presidente e os estudantes da ESAM. 

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