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quinta-feira, 24 de abril de 2014

MINHA VIDA COM MEU PAI, EM MOSSORÓ

Conforme minha mãe meu avô, já havia passado um tempo em Mossoró, a primeira vez que eles vieram a Mossoró ele(meu avô), ainda era pequeno, seu Pedro e Dona Justina vieram para o alto dos Macacos(Alto da Conceição),lá eles encontraram uns parentes deles e ficaram algum tempo, Belém também era pequeno. A segunda vez que eles vieram foi antes de minha mãe nascer, veio ele(meu avó) e minha avó. Nesta época possivelmente meu avô estava trabalhando em uma oficina, pois como já afirmei ele sabia fazer trabalho de mecânico.
Em Mossoró viemos morar aqui na rua Felipe Camarão, que era a Rua dos Alpendres, em uma casa alugada, quem pagou o aluguel foi padrinho João Manuel, que nesse tempo não era meu Padrinho, mas já era delegado de Bairro. Tia Cecilia veio para a casa que eles compraram, perto da nossa (a casa dela era onde hoje é a Funerária Santana). Nossos vizinhos eram dona Severina e Sargento Zé Afonso, (nos ajudou muito, bem como padrinho João Manuel e madrinha Regina).
Os três primeiros mêses que residimos aqui, foi padrinho João Manuel e madrinha Regina que pagaram  nosso aluguel e nos deram  de comer. Seu Zé Afonso e dona Severina nos ajudavam muito. Casa de seu Sátiro e dona Salvina, (Zezinha, a filha deles, moça bonita), seu Sátiro vinha limpar a casa para noite de festa, Zé Abrão mandava. O aluguel de nossa casa era muito caro, havia casas até dada lá perto do aeroporto, mas ficava muito isolado para nós morarmos sozinhos.
Logo cedo minha mãe começou a trabalhar, recebia da fabrica de fogos, pólvora para fazer chumbinho, traque e outros fogos em casa, pois não podia sair para ir trabalhar fora e deixar meu pai   só. Era advertida para tomar muito cuidada. Depois com ajuda de conhecidos recebia fios da fabrica de rede para fazer varanda em casa, era advertida para não perder um fio, pois tudo era pesado. Neste tempo eu fiz a minha crisma, Dona Nasinha veio me buscar, pois a celebração do crisma foi na Igreja de Caraúbas. Minha madrinha foi madrinha Cisinha. 
Vovó Cecília e Tia Toinha todo dia vinham nos ver. Elas me ajudaram quando fiquei moça, pois não sabia de nada.
Outra lembrança de um benfeitor da infância de minha mãe, que sempre ajudava ao meu avô e minha mãe era Dom João Batista Porto Carreiro Costa. Alias, a nós e a muitas crianças pobres.
 Quando chegamos fui estudar no Moreira Dias. Eu estudava com Geisa e Raimundinha de Brejeiro. Minha professora era Dona Branca, mulher do  sargento do Campo.  Sempre apareciam pessoas do sertão para vir morar conosco. Paulinha e o marido, Raimunda, os filhos e o marido. Minha mãe fala que ela e meu avô juntavam  as moedas que recebíamos da ajuda do povo ou o que ganhava com o  trabalho dela , para no fim do mês ter o dinheiro do aluguel.
Em certa ocasião quando minha mãe adoeceu, dona Severina de seu Afonso, viu Dr Vulpiano passar no carro rumo ao Aeroporto, ela esperou que ele voltasse e pediu para o carro parar e que ele viesse examinar minha mãe, quando ele viu a situação imediatamente examinou e disse que se tratava de um estrangulamento de vesícula, passou uma medicação e autorizou para ir buscar na Farmacia, pois não tínhamos dinheiro para comprar. Passou uma dieta,por muito tempo tomar só o caldo do arroz e nada de feijão. Dona Severina tomou conta de minha mãe e ficou boa. Mesmo  sem acreditar em Deus, Dr Vulpiano fez um ato de anjo divino.
 Minha mãe sempre disse que Dr. Jerônimo Dix-sept Rosado Rosado veio oferecer a para meu avô fazer a cirurgia da vista para recupera-la, ele ofereceu a passagem dele e de um acompanhante, bem como a hospedaria, meu avô e Chico (o pai de Jaime) foram para Fortaleza, mas era tarde, o nervo ótico já estava perdido. Eles agradeceram muito. Minha mãe ficou com vovó Cecília.  Alguém veio avisar da morte de Dix- sept Rosado ocorrida em 12 de julho de 1951.  
Meu pai adquiriu conhecimentos e no mercado  em determinados dias da semana ia com um conhecido nosso buscar pedaços de carne que os marchantes davam a ele. A mãe de seu Djalma sempre dava roupas a ele. No tempo em que vivi aqui com meu pai, veio morar conosco, meu primo Manuel Viana, Raimunda Viana(irmã dele),o marido e os filhos, depois Paulinha e o marido.(Paulinha também era irmã de Manuel Viana).  ( Depois de muito tempo, na década de 80 possivelmente, Paulinha sempre que vinha aqui relatava estes fatos, na ultima vez que ela veio aqui, era um retiro de carnaval, no intervalo do retiro ai na igreja nós(eu, mãe, ela e outra legionária)  viemos para casa e ela veio conosco e disse, lembro-me como se fosse hoje: “  é o último retiro que eu vou assistir,( nós ate falamos para ela não dizer aquilo, mas ela continuou), eu sei porque tudo o que tio Nonato me disse eu vi, ele medisse que eu ia morar em um lugar de muita fartura e que eu via muita água, mas chorava dia e noite para vir embora, eu vi deste jeito acontecer, e ele disse que eu não passaria destas eras e sei que vai acontecer, ele nunca me falhou no que dizia”. Muitas moças vinham para conversar com Manuel Viana e para papai ler a mão delas. Uma das namoradas de Manuel Viana(papai disse que ela não ia casar com Manuel Viana). Para Elite, irmã de Terezinha Silva ( da Igreja), ele disse que ela iria trabalhar em um lugar onde todos faziam fila para falar com ela, muito depois quando ela estava trabalhando na igreja e as pessoas a redor dela para fazer uma matricula da primeira comunhão, ou a intenção de alguma missa, ela lembrou do que ele havia falado, realmente as pessoas faziam fila para falar com ela. Este episodio ela relatou inúmeras vezes que fomos visita-la, disso eu (Maria Luzia)sou testemunha. Paulinha também relatou que ele dizia que ela iria morar em um lugar cheio de fartura e com muita água, mas ela ia chorar noite e dia para vir embora, assim aconteceu, ela foi morar perto de Natal, em uma Chácara próximo  em frente ao mar, tinha fartura e via muita água mas ela chorava todo dia e se lembrava das palavras de (tio Nonato) como ela chamava. Geisa também vinha saber algo, meu pai disse a ela que ela iria casar cedo pois não iria esperar o tempo, mais tarde isso aconteceu, a mãe dela vaio pedir a papai para ela ficar lá em casa pois eles iriam arrumar o casamento dela, pois a mesma já havia se unido ao namorado e a família estava muito desgostosa com ela, meu pai disse que nossa casa era pobre e que ela não ia ter as coisas que ela tinha em casa mais se quisesse podia vir, a mãe dela disse que a comida ela iria trazer.  No que se refere ao meu futuro ele só disse que no futuro todos iriam dizer que eu era rica, e muitos dizem, não sou pobre como era, mas rica não sei.
Conforme minha mãe, mesmo depois da morte da mãe dela, eles iam sempre que podiam no sertão, ficavam na casa de tia Taninha de Zé Roberto, ela sempre muito ocupada costurando ou rezando o oficio de Nossa Senhora. Eles iam também para casa de Bibia e para casa de Mãe Baca (esta na Mariana).

 Dona Chiquinha vinha cuidar de papai, ela era a enfermeira de papai. Um dia ela trouxe doutor João Marcelino que disse a vovó Cecilia que ela estava fazendo mais partos do que ele e ele ofereceu alguns utensílios dele a ela, para auxiliar nos partos, ela agradeceu muito.
 
 Nestes tempos sempre íamos no Sertão, para casa de Bibia.  Ia-mos  também para casa de tia Taninha de tio Zé Roberto, lá a casa era enorme, ela sempre costurando e rezando o oficio de Nossa Senhora, Ela e tio Zé Roberto adoravam papai. Minha mãe com certa melancolia a lembrança da saída deles (o povo de tio Zé Roberto ), para o Centro Oeste, eles passaram aqui em Mossoró para se despedir de minha mãe e meu avô.
Tia Francisca Bandeira e Tio João Bandeira vieram morar em Mossoró em 1950. Minha mãe diz que ela e meu avô foram visita-los. A casa deles era onde hoje é o Supermercado Queiroz da Boa Vista. Era um terreno enorme. A casa só foi destruída quando Tia Francisca morreu e os filhos dela venderam. 

 Quando chegou o tempo que meu avõ adoeceu ele foi morar na casa da  prima de minha mãe, Raimunda, em Caraúbas, ele queria morrer lá. Quem encomendou o corpo foi padre  Ismar Fernandes, era o ano de 1952, minha mãe ficou só,  sem casa e sem nada. O bondoso Padrinho João Manuel, providenciou imediatamente para ela ficar sob a tutela da Irmã Genoveva, no Hospital de Caridade.
Ainda não existia a Igreja de São João. A minha mãe esteve presente na Pedra fundamental da Igreja, não só ela, mas muitas jovens aqui da nossa rua. O primeiro Padre foi Padre Luiz. Antes da inauguração da capela, passou muito tempo um circo funcionando naquele lugar e quando não era dia de espetáculo, Zé Nunes, em frente a pousada dele convidava algum cantador para vir fazer cantoria e o povo comparecia muito,isso sempre que não tivesse espetáculo no circo de Chicolo, que passou muito tempo ai. A Capela de São João foi construída possivelmente em 1959,pois padre José do Vale chegou em 1966 e já fazia sete anos que a Capela existia. “Pe José do Vale devia preparar a Capela de São João Batista do Bairro Doze Anos de Mossoró, para se tornar paróquia. Foi nomeado capelão, por Dom Gentil, em 1966, quando a igrejinha tinha apenas sete anos de construída. Foram seus antecessores Cônego Luiz Soares de Lima, que também era diretor do Colégio Diocesano, e Pe Edson Cabral...”(Costa,2004).
    Em 1965, nasceu Dulce, mamãe fez o parto de tia Dulcilda, quando ela foi se batizar mãe foi a madrinha dela. No ano seguinte vovó Cecília faleceu.

Estes acontecimentos foram muito depois de minha mãe foi morar no Hospital. 

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